Ana Canosa – Colaboração para Universa
Em uma passagem do livro “Coisas humanas”, de Karine Tuil, o personagem Alexandre, interessado em uma relação sexual, usa um app de relacionamento para encontrar uma mulher, mediado por um contrato de “consentimento claro e inequívoco”. Ao enviar uma ‘solicitação’ via funcionalidades do app para uma garota que lhe interessava, expõe suas preferências sexuais, como usar linguagem explícita, preservativo, mas recusar BDSM ou troca de vídeos e fotos.
A garota, por sua vez, envia as preferências dela, bastante assemelhadas, mas recusa a linguagem explicita. Alexandre, visualizando que seus arroubos excitatórios poderiam levá-lo a soltar uma frase ou expressão que pudesse sugerir ofensa – colocando abaixo o acordo consentido – desiste dela. Ao encontrar uma outra jovem que também validasse a ‘linguagem explícita’, bem como suas outras prerrogativas sexuais, eles partem para o encontro no seu apartamento, que é deliciosamente narrado pela autora em uma sucessão de desejos, expectativas e humores desencontrados, tornando nebuloso o “[…] consentimento dado e recebido, tanto para os personagens, quanto para o leitor”.
(…)
Complete a leitura no Portal Universa:
Função ‘pronto para o date’ poupa energia de quem não quer só papo no app