Sensação coletiva de decepção, constrangimento, arrependimento ou desespero com as relações heterossexuais – especificamente sobre estar em uma. Alguém se identifica? Tanta gente tem sentido essa desesperança, que ela ganhou até um nome: Heteropessimismo. Traição, machismo, imaturidade, falta de comprometimento em discussões de gênero são alguns dos motivos que justificam essa desilusão com os parceiros.
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Questionar o sistema e o próprio papel social, no entanto, talvez não seja suficiente para sair do heteropessimismo, avalia Ana Canosa, psicóloga e educadora sexual. Isso porque, embora a orientação sexual possa ser fluida, “nem todas as pessoas poderão se sentir atraídas por outras do mesmo gênero.”
Para quem gosta de sexo e de se relacionar, o celibato voluntário pode ser desafiador e pouco saudável do ponto de vista psíquico. Fazer piadas ou repetir discursos de que todo homem é igual, conforme Ana Canosa, esconde um ressentimento, que não resolve o conflito e nem atende a necessidade da companhia romântica. A psicóloga recomenda se abrir para a construção de pontes e diálogos entre os gêneros – sabendo que não há uma alternativa fácil e sem desconforto.
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