Amar é… – Site Exnap

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CANOSA, A.  Amar é… Junho 2018.  Para o site www.exnap.com.br
Referências adicionais:  http://www.exnap.com.br/amar-e/


Infelizmente destinamos muito tempo de nossos dias tentando sobreviver, colocando nossas energias nos equívocos da existência. Colecionamos preocupações ao invés de memórias. Aspiramos fama, dinheiro e poder e, embora tudo isso seja bom, em se tratando de alimento afetivo, sempre será ilusório.

Amar é…

…agir. Não há nada mais subjetivo do que dizer Eu te amo. Ah que maravilha, você me ama!

E faz o quê para demonstrar seu amor? Essa sem dúvida é a maior dificuldade nas relações de compromisso, amar de maneira que o outro se sinta motivado, acolhido, percebido. Não basta ir “do trabalho para casa”, como alguns gostam de frisar, nem “trabalhar como um camelo para sustentar a família”, menos ainda “não ter vícios”. O amor precisa de um movimento que inclui empatia, percepção do outro, escuta das necessidades alheias.  Amar é vincular.

As pessoas gostam de ser especiais, de fazer sentido para os outros. De serem lembradas, com suas particularidades, legitimadas em seus desejos. Amar é ir de encontro. Infelizmente destinamos muito tempo de nossos dias tentando sobreviver, colocando nossas energias nos equívocos da existência. Colecionamos preocupações ao invés de memórias. Aspiramos fama, dinheiro e poder e, embora tudo isso seja bom, em se tratando de alimento afetivo, sempre será ilusório.

Muitos relacionamentos terminam não por falta de amor, mas por incapacidade de amar. O sentimento pode estar ali, mas sua manifestação é árida, parcial, egocêntrica.  Há quem não tenha se sentido amado durante a vida, quem tenha se constituído como um “fardo” para os outros. Essa sensação pode dificultar a entrega, por defesa, ou transbordar carência.  Por outro lado há os que foram endeusados como seres sobrenaturais e só conseguem amar o próprio umbigo. Existem os que foram soterrados por um amor possessivo e que aprenderam que amar é controlar e criar dependência. Vale lembrar dos práticos, para quem amar é fazer, colocar a vida para andar; os sensoriais, que manifestam através de beijos, abraços, carícias e sexo e os românticos, que adoram (e precisam) enredar o amor em juras e poemas. Cada um de nós ama a partir de suas referências de vida e é bem possível que, ao converter sentimento em ação, o outro não se mostre satisfeito.

Mais do que duvidar de um Eu te amo, questione se você é capaz de ser feliz com o que o outro pode lhe oferecer, e vice-versa. É possível que alguém ame de um jeito que o outro não compreenda ou não registre como manifestação de afeto. Talvez lhe seja pouco. Embora ninguém preencha todos os nossos vazios, nem complete a nossa existência, a participação do outro na felicidade pessoal é bastante importante. Mas tem que ser bom, enquanto dure.

 

Fonte: http://www.exnap.com.br/amar-e/

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