O Brasil bateu recorde de mulheres que recorreram à Profilaxia Pré-Exposição como método preventivo contra o HIV, terapia comumente associada a outro público no país: homens gays. O aumento de brasileiras iniciando o uso foi de 55% em 2022 – cenário nunca antes visto. Junto a especialistas de saúde pública e sexualidade, Marie Claire investiga quais são os fatores que podem ter levado a essa mudança no comportamento feminino – e o quanto ainda é preciso caminhar para garantir que o acesso igualitário seja uma realidade.
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No cerne deste contexto está a emancipação feminina e a mediação dos relacionamentos por meio da tecnologia. É o que reflete a psicóloga e educadora em sexualidade Ana Canosa, que cita como exemplos a maior suscetibilidade das mulheres no uso de apps de relacionamento e ao sexo casual, a quebra de paradigmas em relação ao casamento e amor romântico, o foco na carreira e a idade mais tardia para relações de compromisso.
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Ana Canosa aponta que mulheres dessa faixa etária têm mais autonomia e são mais seguras. Por morarem sozinhas, fazem mais sexo do que as de 20; por outro lado, as na casa dos 40 podem estar mais focadas na maternidade ou em relações de compromisso. “Os 30 são uma fase de potência, inclusive sexual. Assim, é possível que haja maior conscientização da necessidade de prevenção”, analisa. O fator emancipação feminina também fala mais alto, já que conduz a outras liberdades, como as emocionais e de autogestão.
Imagem: Marie Claire – Catarina Bessell